Olá pessoal, tudo bem?
Alguns de vocês devem ter visto recentemente que nossa comunidade segue crescendo e desenvolvendo-se, e muitas vezes não entendemos exatamente o que está acontecendo. Como ela cresce? Por quais razões? Quem faz isso? Bem, parte deste trabalho de bastidores, aqui no Brasil, tem sido feito pelos juízes de Nível 3. Acredito que seja de vital importância conhecermos estas pessoas, não apenas por serem excelentes juízes, mas por serem importantes ferramentas para o desenvolvimento do Programa, seja como grupo, seja individualmente. Ao longo destas entrevistas vocês conhecerão um pouco mais de Carlos Rangon, Rafael Dei Svaldi e Thales Bittencourt, este último além de Nível 3 é o Coordenador Regional do Programa de Juízes e Juízas no Brasil. Espero que vocês aproveitem, e conhecendo um pouco mais destas figuras passem a usá-los mais como ferramentas.
Olá! Eu sou Carlos Henrique Rangon Antunes, normalmente sou o Carlos Rangon, mas no final das contas me chamo Charlie. Tenho 37 anos, Nível 3 e moro em Santo André (Salve ai pro ABC Paulista! É Nóis!) e costumo arbitrar em São Paulo.
E há quanto tempo você está no Programa? Consegue se recordar?
Essa é fácil… apitei meu primeiro torneio em 1997, mas comecei mesmo no programa, como juiz certificado, em 2004.
O que te interessou no Programa de Juízes? E de lá pra cá quais foram suas motivações e quais desafios encontrou?
A paixão pelo Magic me fez entrar no programa. Na época adorava o jogo e me vi numa situação que teria que abandoná-lo para continuar minha vida, pois o jogo estava tomando muito do meu tempo. A saída que encontrei para continuar próximo, e sem gastar muito tempo, foi virar juiz (ledo engano).
Fui certificado no ano de 2004, em Porto Alegre pelo recém promovido a Nível 3 Rafael Dei Svaldi. Em 2006 e 2007 falhei duas vezes ao tentar o Nível 2, e quase desisti da ideia. Resolvi me envolver mais com a comunidade e comecei a traduzir questões no Judge Center, assim como as Regras Abrangentes. Essas iniciativas deram um “boost” no meu conhecimento de regras e em 2008 passei na prova para o Nível 2. Em 2011, junto com meu RC, Thales Bittencourt, comecei a fazer planos para o Nível 3, e por incrível que pareça neste exato momento voltei ao Nível 0 por inatividade. Como já conhecia o caminho das pedras, me recuperei do tombo, sacudi a poeira e em 2013 fui todo confiante pra entrevista de N3 em Santiago e fiz bonito, 94% na prova, mas tive de aguardar mais alguns meses, para só então no GP São Paulo 2014 ser promovido ao Nível 3.
Os Níveis 3 brasileiros chegaram a este Nível em momentos diferentes. O que significa ser um Nível 3 no Brasil?
Pra mim significa muita responsabilidade e um grau de comprometimento gigantesco com muitas pessoas, esse é um grupo bem pequeno e somos vistos como exemplo pra muita gente. Isso é bom, mas também é ruim.
Para você há espaço para novos Níveis 3 no Programa brasileiro? Eles são necessários?
Não gosto de falar muito de níveis, gosto de falar sobre pessoas, responsabilidades e lideranças. Sempre haverá espaço pra que surjam novas lideranças dentro do programa e sim, essas pessoas são muito necessárias. Se estas lideranças quiserem subir ao Nível 3 e assumir mais responsabilidades, elas são bem-vindas e as portas do programa estão abertas para essas pessoas.
Falando do Programa brasileiro, qual tem sido sua área de atuação?
Gestão de projetos de tradução de documentos. Também estou encarregado da realização das Conferências de Juízes, faço mentoria de candidatos ao Nível 2, aplico provas, discuto diariamente com meus colegas assuntos pertinentes ao programa, e de vez em quando apito um torneio (possivelmente sou o juiz que menos apita e o que mais trabalha). Além disso recentemente assumi o papel de International Rules Translation Manager, ou seja, eu coordeno os esforços internacionais de tradução dos documentos oficiais, parece até que eu estou ficando importante, mas só me deram mais trabalho 😛
Olhando para o ano que passou, e para este que está chegando a sua metade – quais foram nossos grandes desafios e quais serão nossos grandes desafios?
O maior desafio do programa é sempre o mesmo – manter as pessoas motivadas. Os outros são de fácil superação quando conseguimos essa motivação. Por exemplo um desafio do ano passado era aumentar a quantidades de juízes Níveis 2 no país para dar conta dos PPTQ, e acredito que fizemos um bom trabalho – em 2015 praticamente dobramos a quantidade de juízes deste nível. Um dos desafios pra 2016 é aumentar a quantidade de juízes em estados isolados, fora do eixo RJ-SP.
Ainda falando destes desafios há algum plano estratégico para enfrentarmos estes? E como nós juízes e juízas de Nível 1 e 2 podemos ajudar?
O plano é certificar o máximo de pessoas possíveis, cumprindo sempre todos os requisitos necessários. Manter-se em dia com os estudos e não perder oportunidades de realizar uma prova de certificação também e algo importante.
Dizem que esta é uma das perguntas feitas no Painel para o candidato a Nível 3, então vamos lá: Se você tivesse ferramentas e estrutura para mudar/melhorar/evoluir qualquer aspecto do Programa no Brasil, o que você mudaria?
Então… lembra lá no começo onde disse que ser exemplo de toda a comunidade era bom, mas era ruim? Acho que responder essa pergunta é ruim, pois é bem difícil. Temos muitos planos e projetos pra comunidade, mas sempre tentamos manter os pés no chão, pois o crescimento e melhora da nossa comunidade depende de sucessivos avanços. Um passo de cada vez, uma conquista a cada batalha. Então a grande mudança seria qualquer coisa para manter nossa paixão e motivação.
Para encerrarmos então. Depois de tantos anos se dedicando ao Programa de Juízes e Juízas, em específico ao Brasil, qual o aspecto do Programa mantém sua paixão acesa?
Amigos. Os amigos feitos, e os que ainda serão feitos. Isso é o que temos de mais valioso.
Se vocês tiverem perguntas ou desejarem então em contato com o Charlie, deixem um comentário ou entrem em contato com ele através do seu perfil no Judge Apps. Além disso o Charlie também apareceu no Judge of The Week, confiram!
Abraços, e até a semana que vem, onde trago as respostas do Rafa!