So you think you can Judge…

Luana Cordeiro
Juíza Nível 1, Vitória – ES

Luana Cordeiro
Juíza Nível 1, Vitória – ES

Então você é um juiz recém-qualificado ou está estudando para se tornar um juiz. Você leu as Regras Abrangentes e o JAR e agora está pronto para tirar todas as dúvidas dos jogadores da sua loja e resolver todos os problemas dos Friday Night Magic, certo? Bem, antes disso você deve lembrar que o trabalho de um juiz vai além de ser um consultor de regras. Vamos começar pelo início:

Juízes são humanos

A realidade costuma ser bem mais complexa que as Regras Abrangentes dão a entender – e essa é parte da emoção do nosso trabalho. Regras mudam, novas interações surgem, humanos exercem sua criatividade.. mesmo o mais experiente juiz de Nível 3 irá se deparar com situações para as quais não tem a resposta na ponta da língua. Perceber os limites do nosso conhecimento é uma parte importante do processo de nos tornarmos juízes cada vez melhores pois é o que nos permite buscar mais informação, experiência e pontos de vista. Haverá situações em que você não saberá o que fazer, e às vezes elas nem serão sobre regras: qual a forma adequada de lidar com um jogador irritado? Qual a melhor maneira de negociar horários com o TO? Como organizar eventos sob demanda? Não se preocupe, você aprenderá isso com pesquisa e tempo – estamos sempre aprendendo.

E com o tempo também aprenderá a lidar com os erros. Porque juízes erram. E uma das primeiras lições que aprendemos é como tratar isso: consertar o que for possível, pedir desculpas, explicar a resolução correta do problema, estudar e aprender mais para que aquela situação específica não se repita novamente. Mas tudo isso começa com aceitar nossa falibilidade e assumir responsabilidade pelas nossas decisões. Essa é a atitude esperada de um juiz diante de erros, o que nos leva ao próximo tópico…

 

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”

Talvez você tenha percebido na leitura do Código de Conduta (MJC) que há posturas esperadas para um Juiz. Mas isso é menos sobre a Wizards e mais sobre como nos colocamos em nossas Comunidades. Estando nessa posição, você será visto nos ambientes de lojas e torneios como um representante do Programa e por isso é importante que pense se suas atitudes são adequadas. É claro que espera-se que um Juiz seja responsável e não abuse de sua autoridade. Mas também que não seja arrogante diante das perguntas de jogadores, que não apoie comportamentos problemáticos dos demais frequentadores da loja, e faça o possível para criar um ambiente seguro e agradável para todas as pessoas.

Além disso, juízes e organizadores de torneio (TOs) atuam como pontos de apoio quando jogadores ou espectadores têm algum problema – que podem ser simples como ajuda para achar uma lanchonete, complexos como adaptações para necessidades especiais e mesmo delicados como denúncias de bullying ou trapaça. O modo como recebemos e tratamos essas questões é crucial para que o jogador ou espectador sinta-se confortável com o mundo do Magic. Devemos ter em mente que nossos comportamentos, atitudes e decisões influenciam o ambiente de jogo e deixam marcas – que podem ser boas, inclusive.

Servir e Proteger

Na verdade, deixar marcas positivas na Comunidade e oferecer a melhor experiência aos jogadores é o propósito da nossa existência. Ou, como diria o MJC, tornar o Magic divertido e os torneios de Magic justos. Nosso trabalho não é sobre ser uma venerada autoridade sobre os documentos ou algo do tipo, longe disso! É sim sobre usar nossos conhecimentos e experiência para que todos possam jogar melhor, divertir-se mais e sentir-se seguros. Isso envolve mais coisas do que saber regras, envolve ter a paciência e dedicação para lidar e instruir, pensar em soluções para problemas, perceber o que as pessoas ao seu redor precisam e o que você pode – ou não – fazer. E, acredite, há muito mais o que fazer além de arbitrar torneios! Há juízes que ensinam Magic, outros que tiram dúvidas online, que organizam ligas e promovem o contato entre jogadores… Há os tradutores e os programadores, os que escrevem sobre suas experiências e realizam trabalhos de mentoria, os que criam projetos de inclusão e, claro, os que pensam e discutem como fazer torneios mais eficientes, agradáveis e seguros (o que por si só vai além de conhecer as regras do jogo).

 

“Você não está só. Jamais Esteve.”

OK, a essa altura você pode estar com a impressão de que se meteu em um problema grande demais. Talvez.. mas você não precisa aprender tudo isso sozinho! Nós somos um grupo grande, diverso e sempre disposto a ajudar. 🙂 O primeiro ponto de contato com outros juízes costuma ser nosso mentor para N1. Você pode recorrer a essa pessoa para saber por onde começar a estudar algum assunto ou pedir conselhos em geral. Mas também há grupos em aplicativos de mensagens, fóruns, blogs, listas de e-mails… cada um desses é uma forma de entrar em contato com outras pessoas que podem te ajudar a resolver desde dúvidas simples até contribuir com algum problema específico da sua loja de games local. Isso também nos permite acompanhar o trabalho de outros colegas e aprender sobre boas práticas e iniciativas – lembra o que falei no início sobre aperfeiçoamento constante?

Juízes não precisam ser super-heróis – ninguém daria conta sozinho de todas as necessidades do jogo e da Comunidade. Em vez disso, trabalhamos em conjunto cada um contribuindo como pode. E o impacto desse trabalho geralmente não se vê nos grandes gestos e sim no cotidiano – os jogadores que entendem melhor o jogo e se sentem seguros, os torneios que decorrem em paz porque estavam bem organizados, a comunidade que se torna mais receptiva e unida. Isso leva tempo, dedicação e, principalmente, cooperação de jogadores e TOs. O nosso papel é iluminar o caminho.


Então, você acha que tem a coragem e a vontade necessárias para se pôr à prova? Do you think you can Judge? Junte-se a nós! 😉

 

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