George Gavrilita L2 Itália
Tradução por Caio Zanini
De tempos em tempos um apresentador em uma Conferência de Juízes pode não conseguir nos envolver o tanto quanto poderia. Isso pode ser devido à falta de interação com a audiência, a aparência dos slides, a duração da fala, dentre muitos outros fatores.
Porque isso acontece? Na minha opinião se resume à duas situações:
O apresentador não está ciente de seu erro, e não o considera como algo a se evitar; ou
Está ciente do erro, mas não sabe como o concertar.
O que se fazer então? Se preparem para um conselho radical: Que tal dizer isso para eles?
Esse artigo mostra como se fazer isso.
Por que se deve falar
Pessoas se tornam juízes por muitos motivos, mas eu ainda não ouvi nenhum candidato a juiz me dizer: “George, por favor me ensine como me tornar um L1 para eu poder ficar quarenta minutos na frente de completos estranhos que vão me julgar por algo que nunca recebi treinamento para.”
Mesmo quando alguem resolve o primeiro bloqueio mental: “O que um inexperiente level qualquer coisa como eu poderia dizer que iria ser útil?”, ainda teria de lidar com o fato que falar em público não está no currículo de qualquer ensino médio, tudo o que disseram sobre powerpoint é uma mentira, e fazer caber tudo o que queremos dizer em quarenta minutos não é fácil.
Esses não são tópicos de exames de L1, L2 nem ao menos de L3, então a próxima vez que alguém for lá na frente, aplauda sua coragem e força de vontade. Esse é o primeiro passo. Segundo passo, dê um feedback construtivo no intervalo. Entretanto, faça isso à seu próprio risco, sendo que tem os efeitos colaterais de qualquer tipo de feedback incluindo gratidão, motivação, aceleração do desenvolvimento e, em alguns casos extremos, o começo de longas amizades.
Como o fazer
Meus amigos me dizem que quando eu começo a falar, eu gosto de falar sobre tudo, mas como dar um melhor feedback está além do escopo desse artigo.
O porque e como são fundamentais, mas é ‘O QUE’ que leva a maior parte hoje.
O que dizer
Eu comecei tomando muitas notas para feedback durante a Conferência Francesa de Juízes em Dijon em 2014. Eu percebi alguns problemas eram comuns à maioria dos apresentadores, então em Katerini, na Grécia mais tarde naquele ano, eu preparei no meu caderno uma lista de coisas para observar em cada apresentador, de forma similar ao que o Judge Center dá sugestões para o que incluir em sua review.
O experimento foi um sucesso. Ter uma lista na minha frente fez da tarefa muito mais fácil, é somente marcar um x ou um check nas qualidades que eu estou procurando e com isso posso dar boas informações ao apresentador.
Eu continuei melhorando a lista durante várias conferências: de Xangai, Nanjing, Manila, Bolonha e Roma até finalmente decidirem organizar uma conferência para o meu aniversário em minha cidade natal. Isso foi em Sinaia, Romênia onde aconteceu de eu usar esse método com dois profissionais do feedback. Theodoros Milidonis e Mihah Birsan. Com o feedback deles no meu feedback eu me senti confiante o suficiente para mostrar publicamente meus achados.
A disposição mais efetiva para a lista é deixar espaço para as notas sobre o conteúdo em uma página, e a checklist na outra. Na esquerda é o que se aprende com o seminário, na direita é o que o apresentador pode aprender de seu próprio seminário, também conhecido como o feedback que se dará a eles.
Se pode preencher como você vai pensando, ou somente adicionar marcações. Para ajudar aqui estão algumas coisas que deveriam ser observadas, descritas usando o mesmo sistema de abordagem das qualidades do L3:
- Você poderia fazer isso melhor e eu vou lhe mostrar como.
- Você está fazendo bem, e
- Por favor me ensine como faz para que eu possa fazer como o faz. 🙂
A lista definitiva dos 8 pontos para um maravilhoso feedback de apresentação:
- Formatação
Melhorável: faltam imagens nos slides e são em sua maioria paredes de texto difíceis de ler do fundo da sala.
Bom: O visual não distrai e têm imagens quando necessário.
Exemplar: O apresentador usa imagens impressionantes que ajudam na apresentação e dão maior significado para as palavras.
- Aprendizado
Melhorável: O objetivo da tarefa não está clara, e está ou entediante ou muito complexa para a audiência.
Bom: O seminário tem um foco objetivo e o analisa bem.
Exemplar: A audiência aprendeu algo novo, é capaz de reproduzir o que aprendeu, e está ávida para a próxima oportunidade de o fazer.
- Interação
-Melhorável: O apresentador dá a palestra de uma hora sentado atrás da mesa.
– Bom: O apresentador prepara de antemão algumas perguntas para fazer para a platéia durante sua fala.
Exemplar: A platéia fala um bom tanto, com o facilitador habilmente usando ou provocando pistas para avançar na discussão.
- Mídia
Melhorável: O apresentador esquece de imprimir os papéis para o quiz.
Bom: O folheto foi curto e útil, e o uso do dispositivo tornou a fala mais fluida.
Exemplar: O apresentador fez um vídeo para introduzir uma nova técnica de deckcheck, e então preparou 10 decks para a audiência testar a técnica.
- Pesquisa
Melhorável: Informação dada está incorreta, desatualizada ou contrária aos valores do Programa de Juízes.
Bom: O apresentador usa um artigo de juiz de alto nível como início para criar um workshop.
Exemplar: O apresentador usa várias fontes para passar um conhecimento em estado de arte no tópico e populariza uma inovação nas práticas de juiz.
- Slides
Melhorável: O apresentador parece montar a fala enquanto fala, e por vezes volta a slides que já discutiu.
Bom: O apresentador mostra um índice ao começo da palestra e mostra o progresso de uma parte à próxima.
Exemplar: O apresentador é um contador de histórias e leva a aundiência por uma jornada.
- Desenvoltura
Melhorável: O apresentador fala muito rápido ou usa muitos trejeitos como uh, oh…
Bom: O apresentador está a vontade com a platéia e usa gestos para reforçar seus pontos.
Exemplar: O apresentador faz todos rirem ou prende a atenção sem esforço.
- Gestão do tempo
Melhorável: Depois de gastar muito tempo nas primeiras partes, o apresentador espreme a última e mais importante parte em dez minutos e ainda assim passa do tempo.
Bom: O apresentador mantém um olho no relógio e pula alguns exemplos para deixar tempo para perguntas.
Exemplar: Quando a platéia é muito participativa o apresentador naturalmente faz um resumo daquela parte, e quando ninguém intervém usa anedotas para usar aprte do tempo, relaxar a atmosfera e encorajar interação.
Conclusão:
Não se preocupe se não tiver nada a dizer em alguns dos pontos, e especialmente durante a primeira conferência que você tenta isso, se foque em um ou dois apresentadores e não tente dar feedback a todo mundo.
Eu sei que me sinto ótimo quando alguém vem até mim após uma apresentação e me diz que eu arrebentei, mas os momentos que mais me lembro foram os quais as pessoas me deram conselhos de como arrebentar ainda mais na próxima vez.
Ajude mais pessoas a arrebentarem. Comece a dar feedbacks aos apresentadores hoje!